Uma das funcionalidades da Internet é tornar possível a socialização, a integração social e a reprodução cultural, acções que influenciam a construção da identidade. Segundo Turkle (1997), os computadores têm hoje mais importância na vida das pessoas muito devido ao aparecimento da Internet, pois ela molda a nossa forma de pensar sobre nós e sobre os outros. Ele é “uma extensão corporal da identidade dum indivíduo”.
Mais uma vez a influência da Internet na construção da identidade encontra-se a par do desenvolvimento cultural e sociológico do mundo. Na visão de Turkle (1997), actualmente é possível vivenciar uma diversidade de identidades no limiar entre o real e o virtual, porque na Internet é passível de se adoptar a personalidade que mais convém dentro do ciberespaço.
A velocidade a que decorrem as conversas online é também um factor referido por Gaspar (2008), pois altera a visão que nós temos de distanciamento real entre o emissor e receptor da mensagem. A facilidade de produção de texto (mensagens) enviado pelos indivíduos na utilização da Internet é um convite para estes entrarem em contacto com pessoas que não conhecem sem necessitarem de uma identificação real. Este aspecto é verificável pela facilidade com que as pessoas, utilizando os processadores de textos, podem organizar o texto da forma que preferem, alterar quando querem, etc. Quer isto dizer que travar conhecimento online é mais “pensado” do que o face-a-face, ou seja, as pessoas na Internet podem pensar o que querem dizer, melhorar os textos, alterar informações sem nunca serem identificados com a sua identidade real.
O nosso computador por ser o reflexo do que somos na realidade, Turkle (1997) afirma que a forma como nós usufruímos do nosso computador é como uma “soma da sua presença distribuída”. No entanto também este aspecto tem vindo a desenvolver-se, pois actualmente tendemos a organizar a nossa vida e consequentemente o nosso computador da forma como acreditamos ser ou como gostaríamos de ser.
*Gaspar, A. (2008). A Reconstrução da Identidade na Internet.Tese de Mestrado em Comunicação, Cultura e Tecnologias de Informação.ISCTE: Lisboa.
*Turkle, S. (1997). A Vida no Ecrã – a Identidade na Era da Internet, trad. Paulo Faria, ed. original 1995. Relógio D’Água Editores: Lisboa.
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